domingo, 16 de agosto de 2009

Saudades...

Senti tanta saudade hoje...
Saudade dos sonhos que eu tive na infância, que a dura realidade adormeceu.
Saudade de brincar de bete na rua, pular corda, vai-e-vem, comer amora no pé.
Saudade de andar a cavalo, de ir pra roça com minha mãe, brincar entre as árvores caídas e nas águas das cachoeirinhas.
Saudade da minha vó "nega" que me paparicava e por quem eu dava a vida se pudesse.
Saudades de ver ela me pedindo para eu fazer "mingauzinho de fubá" ou "bolinho de polvilho" para ela comer... Ou até das inúmeras noites que ela me acordava para "abanar" ela porque ela estava com falta de ar...
Saudade do meu vô "Antônio" contando "causos" pra gente, e feliz pela nossa companhia.
Saudade da minha nona lindinha, a vó "madrinha", que me chamava de menininha, mesmo depois de eu crescer, com toda sua doçura, do abraço fofo dela, do sorriso que ela dava quando de longe já me via chegar...
Saudade da minha tia "Manta" que me cobria de dengos e carinhos e sempre me recebia com aquele sorriso largo que contiava a gente...
Saudade do meu tio "Dito" que me recebia sempre com aquela alegria, que me levava viajar nas férias quando eu era adolescente, que fazia o almoço só porque a sobrinha estava lá, que se orgulhava tanto de mim...
Saudade dos tempos que eu era menina e que ainda que faltasse conforto o Amor e a liberdade supriam tudo o mais.
Saudade de quando era menina e sentava no colo da minha mãe, que é o o lugar seguro do mundo.
Saudade da minha amiga Lu, que está longe, dos tempos de faculdade...
Saudade da minha amiga Cleide que me abandonou.
Saudade do meu amigo Wagner que nos deixou tão "cedo".
Saudade da minha amiga Célia Ott , de caminhar na praia em Salvador e comer queijo com melaço e chupar um picolé "capelinha".
Saudade das minhas amigas Livia e Andréia, do nosso clube da Luluzinha ou "Clube da Madrugada da Livinha", das intermináveis conversas regadas a vinho do Porto, som de piano e segredos de mulher.
Saudade do meu amigo Pedro, que dividia comigo as horas de espera na rodoviária de Campinas, nos tempos duros, rs, de doutorado.
Saudade dos tempos em que eu era só uma menina cheia de sonhos e sem preocupações na mente, da vila independência onde morávamos todos juntos.
Saudade do meu amigo Thi que anda ausente...
Saudade de coisas importantes, que saem da órbita de coisas e pessoas insignificantes que só servem para roubar o foco do que realmente importa no vida.
Saudade dos tempos que eu não usava Internet.
Saudade de ser eu mesma, sem me preocupar com "o que os outros vão pensar".
Não que o momento presente seja ruim, é lindo também, mas bom seria se os momentos e pessoas pudessem juntar-se, enfim, e deixassem de ser eternos apenas aqui, dentro de mim...
Saudade, Saudade, Saudade...

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