sexta-feira, 26 de junho de 2009

Despedidas...

"Fica um beijo, um abraço. Fica um peito de coração comprimido e os olhos que transbordam a saudade do que nunca nos foi permitido viver. Por medo? Talvez...Tu segues um caminho, eu outro. Talvez um unico caminho seja demasiado pequeno para os dois. Mas vou sentir-te a falta, de verdade. E sei que lembrarei muitas vezes de ti. É hora de te deixar, finalmente partir. Mesmo que leves também um pouco de mim. É apenas um fim, ditado afinal, logo no inicio de tudo. E quem sabe um dia?
Se não for pedir demais, aí dentro do teu peito, não me deixes morrer.Aqui de longe, pedirei sempre a um ser maior que olhe por ti, que cuide de ti, que esteja a teu lado... Eu não pensei que me doesse tanto dizer-te adeus, mesmo sabendo que já te foste embora há muito, muito tempo..."

Até um dia quem sabe... no espaço dessa eternidade...


“Na vida a gente sempre passa pela experiência da despedida, é inevitável. Mas a gente nunca sabe quando essa despedida foi definitiva, porque a gente não sabe quanto tempo a gente ainda tem pra estar com alguém ou viver. E por isso nem sempre a gente é aquilo que a gente pode ser, muitas vezes, negamos ou na pressa deixamos de ser o nosso melhor para nós mesmos e para o outro. Hoje por exemplo, você deve ter saído de casa e se despedido de várias pessoas.
Se você soubesse que esse foi o último xau que você deu para alguém você ficaria satisfeito? Porque a gente vive assim sem saber. Eu pensaria: “Oh meu Deus a última vez que eu falei com aquela pessoa eu estava apressado!” E por isso eu falei de qualquer jeito, abracei de qualquer jeito, mas eu me pergunto se naquele momento eu soubesse que aquela seria a última vez que eu falei com aquela pessoa, se eu soubesse que seria a última oportunidade de estar com aquela pessoa, não teria tido pressa capaz de me tirar daquela conversa, daquele abraço.
Ai a gente fica engasgado eternamente com aquilo: “Oh meu Deus se eu tivesse cinco minutos.” Cinco minutos é o tempo de dizer muita coisa, mas as vezes não é nada perto do que você precisa dizer pra uma pessoa por um vida inteira, porque quando a gente diz, a gente quer abraçar, quer sentir, que dizer o quanto aquela pessoa significa pra nossa vida. Eu acho que se eu tivesse oportunidade de encontrar algumas pessoas que já se foram da minha vida, eu nem diria nada, apenas abraçaria longamente, olharia em seus olhos e cantaria pra eles... “Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixa assim ficar subentendido...Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então, a alegria que me dá isso vai sem eu dizer... Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer, eu vou sobreviver, o que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber”...
Mesmo que um dia não tenhamos a oportunidade de olhar de novo nos olhos de uma pessoa que de alguma forma amamos, esta pessoa continuará viva em nós porque um dia a vida nos fez encontrar. Porque no momento em que a gente se entrega ao outro a gente assume o outro como pessoa na sua plenitude e divide com ele a nossa melhor parte, despimos o corpo e alma.
O que nós compartilhamos em um jantar não é apenas o alimento, mas o significado que nós passamos a ter um para o outro. Não saboreamos apenas o alimento, mas saboreamos a presença um do outro. “Um dia eu sentei contigo e escutei da tua vida, e comunguei da tua história, e por isso você sempre continuará vivo em mim. E foi tão especial, que eu eternizei em mim, porque eu não estive contigo só pra matar a fome do corpo, mas pra aliviar a fome da minha alma. Foi tão bom, foi tão lindo que eu não gostaria que aquele momento terminasse.”
Se a gente soubesse que seria a última despedida de tenho certeza que iríamos saborear mais aquele momento, aquele espaço, aquele abraço, porque eu já não sei mais ser quem eu sou, sem que imaginar que eu não tivesse vivido aquele momento contigo. É incrível como as pessoas continuam dentro da gente de um jeito tão intenso. É meio mágica a capacidade que o outro tem de continuar dentro de nós, de alguma forma continuar legitimamente representado naquilo que a gente é. As pessoas não terminam enquanto elas ainda forem amadas por nós...”

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